27 de set. de 2012

A HISTÓRIA DO ROCK - capítulo IV: Blues Rock, Jams e Psicodelia: A perda da inocência e o movimento Hippie


Na segunda metade dos anos 60, o Rock estava se entranhando em todas as partes do mundo e criando subgêneros por onde passava e os primeiros heróis do Rock já haviam se estabelecido. Graças à invasão britânica artistas americanos surgiram com novas idéias e tiveram uma participação ativa nesse processo como, por exemplo, Bob Dylan que junto com The Beatles que existiu durante toda a década de 60, foram os mais influentes artistas da história do Rock até hoje. Bob Dylan apresentou a cannabis ao The Beatles que iniciou os experimentos com o LSD em 1965 e expôs seus fãs aos primeiros elementos do psicodelismo em músicas como Day Tripper (65) e Tomorrow Never Knows (66).

Podemos dizer que a década de 60, musical e culturalmente, se dividiu em duas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1969 (apesar de 1969 já apresentar o estado de espírito que definiria os anos 70), revelou as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos, além do movimento hippie.

The Beatles trocou as doces melodias de seus primeiros discos pelas viagens psicodélicas, incluindo orquestras, letras surreais, guitarras distorcidas e mesmo influências de outras culturas. Foi o período da aparição dos mais variados estilos, as bandas experimentavam o que podiam e misturavam coisas antes improváveis. Blues Rock, Folk Rock, Psichedelic Rock e Acid Rock deram o tom da década e renderam frutos como o Rock Progressivo, o Hard Rock, o Heavy Metal e o Glam Rock. Os elementos mais marcantes desse Rock eram a guitarra distorcida com muito uso da distorção fuzz, do pedal wah-wah, do uso de loops de delay, reverbs exagerados, phases, e outros efeitos tirados em estúdio, assim como o uso massivo de orgãos, mellotrons, teremins e sintetizadores primitivos. Também era comum o uso de instrumentos exóticos como a tabla e a sítara. As jams sessions e solos longos eram comuns, principalmente porque surgiram guitarristas fundamentais pra história do Rock como um todo (Jimi Hendrix, Jimmy Page, Eric Clapton, Jeff Beck só pra citar alguns). As músicas começaram a ganhar estruturas mais complexas que as formas tradicionais de Rock e Blues e as letras eram surreais, exotéricas ou mesmo inspiradas em literaturas, no fantástico e muitas vezes baseadas em experiências com drogas.

Nos EUA, especialmente em São Francisco, a cena se desenvolvia a todo vapor, algumas bandas pioneiras mergulhavam nas longas jams a base de LSD. O Fillmore East (em Nova York) e o Fillmore West (em São Francisco) apresentavam grandes shows de artistas americanos e do reino unido. Artistas importantes como Blue Cheer, The Birds, Yardbirds, Iron Butterfly, Love, Spirit, The Doors, Frank Zappa and Mothers of Invention, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin e muitos mais assolavam o mundo com seus shows magníficos e até mesmo o The Beach Boys se rendeu ao psicodelismo lançando o disco Pet Sounds e colaborando para a sua formatação. Em paralelo, no reino unido, apareceu Jimi Hendrix, que apesar de americano, montou sua banda em Londres em 1966, um dos primeiros power trios da história juntamente com o Cream, outra lenda viva dos anos 60, aliás, em 1967 Eric Clapton raramente perdia um show de Hendrix. Em 1967 houve o Monterey Pop Festival que consagrou Hendrix nos EUA e foi um dos primeiros grandes festivais de Rock. Também houve o Summer of Love que levou quase 100.000 pessoas para a cidade de São Francisco. O clímax da década ocorreu com o lançamento do filme Easy Rider (1969) e o maior de todos os festivais, Woodstock, no mesmo ano.

Algumas das maiores obras do Rock surgiram nesse período: Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (The Beatles/1967), Their Satanic Majesties Request (The Rolling Stones/1967), The Piper at the Gates of Dawn (Pink Floyd/1967), Are You Experienced (Jimi Hendrix/1967); Disraeli Gears (Cream/1967). E o Brasil mostrava seus dentes, em plena ditadura e guerrilha urbana, Os Mutantes surgiram em 1966 e lançaram Os Mutantes (1968) e Mutantes (1969), discos fenomenais e cultuados até hoje mundo afora e prosseguiram com a carreira, mais isso é outra história.

20 de set. de 2012

Rock e Blues Rock: A invasão britânica



Os anos 60 trouxeram novas formas de pensar e se expressar. Assim foi até natural o fato de surgirem muitos gêneros dentro do universo do Rock and Roll, agora simplesmente chamado de Rock. Muito além de um simples estilo musical, o Rock influenciou a moda, a atitude e a linguagem tornando-se um estilo de vida, ou melhor, vários estilos de vida. No início da década, os britânicos tiveram grande destaque no cenário devido ao aparente adormecimento de grandes artistas americanos como citado no capítulo anterior e, principalmente com o surgimento e ascensão das bandas de Beat Music, influenciadas pelo Blues, Rock and Roll, Soul Music e Surf Music. Deu-se assim a invasão britânica nas paradas de sucesso americanas.

Em 1962 bandas como The Beatles, Gerry & The Pacemakers, The Searchers, Herman’s Hermits e The Hollies, interpretavam grandes sucessos e clássicos da música americana para platéias dançantes. The Rolling Stones, The Animals, Them, The Yardbirds e outros faziam shows mais influenciados pelos Rhythm and Blues e Blues. Depois eles começaram a mostrar seus talentos com composições próprias e alguns covers de artistas americanos. No princípio, o Rock britânico dividia-se em dois grupos distintos, o primeiro, das chamadas Beat Bands que fazia um som mais inocente e dançante com melodias alegres e pegajosas e o segundo chamado de Rhythm and Blues britânicos com um acento rítmico de batidas mais fortes mescladas às diversas formas de Rock americano.

O grande marco foi quando, em 1964, The Beatles colocou a música I want to hold your hand em primeiro lugar na Billboard Hot 100 americana por 7 semanas seguidas. A partir daí e durante alguns anos os artistas ingleses dominaram as paradas americanas e britânicas e alguns dos responsáveis foram, além do The Beatles, The Rolling Stones, The Who, The Kinks, The Animals, Van Morrison, Manfred Mann, The Yardbirds. Agora os artistas ingleses eram reconhecidos por 2 vertentes distintas: Rock baseado em Blues, daí posteriormente Blues Rock e Rock/Pop com guitarras distorcidas, o que depois viria a ser conhecido como Power Pop. Outros sub gêneros em formação na época foram o Blues britânico e o Garage Rock, ambos colaborando pra uma gama de gêneros mais importantes, anos mais tarde.

Uma das coisas mais importante dessa invasão britânica foi ajudar a desenvolver a internacionalização do Rock. A indústria abriu os olhos para a popularização definitiva do Rock mundialmente. As portas estavam abertas para, inicialmente, o Rock vindo do Reino Unido e posteriormente de outros países europeus. Os americanos consideravam a Inglaterra como o centro mais importante na música e na moda nesse período. A primeira metade dos anos 60 trouxe à vida alguns dos maiores ícones do Rock mundial, chegando a influenciar várias gerações de bandas até hoje, inclusive bandas americanas e canadenses na segunda metade da década. Estava criada a assinatura do Rock britânico, de fácil identificação e, principalmente, assimilação por todos os apreciadores e músicos de Rock mundo afora.

13 de set. de 2012

A HISTÓRIA DO ROCK: capítulo II - do rockabilly à surf music: uma revolução na música



Como havíamos escrito anteriormente, o Rock and Roll surgiu entre os anos 40 e 50 nos EUA. O Blues estava em plena atividade e se fortalecendo comercialmente, a guitarra elétrica tornava-se a grande estrela e, se o Blues era o pai, a guitarra elétrica certamente era a mãe do Rock. Esse filho pródigo surgiu, berrando a plenos pulmões para o mundo que tinha chegado pra ficar e sacudiria todas as bases da cultura americana e mundial. Uma das primeiras aparições do termo Rock and Roll foi em 1937 na música Rock It For Me, gravada por Chick Webb e Ella Fitzgerald. Essa canção incluía o verso “So won’t you satisfy my soul with the rock and roll (Então você vai satisfazer a minha alma com o rock and roll)”, é preciso citar que a frase “rockin and rolling” era uma gíria negra que remete a dançar ou fazer sexo e apareceu pela primeira vez em 1922 numa canção de Trixie Smith, sendo assim ainda não tinha a conotação de estilo musical. Na cidade de Cleveland (Ohio), o discotecário (DJ da época) Alan Freed, em 1951, começou a tocar essa mistura para uma platéia multi-racial e, a ele, é creditada a primeira utilização da expressão Rock and Roll para descrever a música, o estilo musical. Apesar desse fato, a palavra Rock era usada como metáfora para os verbos “to shake up, to disturb ou to incite” que significam, respectivamente, sacudir, perturbar e incitar. Isso, nada mais é, do que o sentido mais puro do Rock and Roll: fazer a pessoa dançar, pensar e/ou se rebelar.

O Rock and Roll bebeu da fonte de diversos gêneros pra criar sua personalidade ímpar e definitiva, do Rhythm and Blues ao Country, passando pelo Gospel, Folk e o Blues elétrico. Um estilo de Blues em particular teve grande importância na sua estrutura, foi o Jump Blues que se desenvolveu principalmente na costa oeste americana e usava riffs de guitarra, batidas proeminentes e letras gritadas. Era época da segunda grande guerra mundial e as orquestras perdiam espaço para as bandas menores que usavam apenas baixo, guitarra, piano e bateria.

Por causa do processo evolucionário do Rock and Roll, não existe uma gravação específica considerada a primeira. Existem algumas delas concorrendo a esse posto, são elas: Rock Awhile de Goree Carter (1949), Rock the Joint de Jimmy Preston (1949) também gravada por Bill Haley & His Comets em 1952, Rocket 88 de Jackie Preston & His Delta Cats (na verdade era Ike Turner e sua banda The Kings of Rhythm) gravada por Sam Phillips em 1951 e a mais reconhecida pela maioria Rock Around The Clock de Bill Haley & His Comets em 1955. Mas acredito que o marco inicial foi That’s All Right (Mama) gravada por Elvis Presley em 1954. É fundamental citar Chuck Berry como um dos grandes mestres do Rock and Roll. Chuck Berry transcreveu para a guitarra, a linha básica de duas notas do piano do Jump Blues, criando o que é instantaneamente reconhecido ao se ouvir, como a guitarra rock e, além disso, gravou o solo com guitarra distorcida (usando um pequeno amplificador valvulado para obter esse efeito) na clássica Maybellene de 1955, feito esse de grande importância para o Rock até hoje. Contundo, entre os primeiros guitarristas a usar a distorção e os tão populares power chords estão Guitar Slim, Willie Johnson e Pat Hare, todos bluseiros. Muitos artistas tornaram-se lendas como pioneiros do Rock and Roll e estão entre eles, além dos citados acima: Bo Diddley, Fats Domino, Little Richard, Jerry Lee Lewis, Gene Vincent, Carl Perkins, Buddy Holly, Johnny Cash e tantos outros.

O Rock and Roll atravessou as fronteiras dos EUA e aportou na Inglaterra através de filmes como Rock Around The Clock que alavancou Bill Haley ao estrelato e ao topo das paradas britânicas em 55 e 56. Alguns músicos tocavam, amadoramente, estilos influenciados pelo Rock and Roll americano, como o Skiffle ou a Beat Music. Paralelamente, músicos ingleses se dedicavam ao blues com acento britânico como Cyril Davies e Alexis Korner e criavam uma cena de Blues na Inglaterra que, mais tarde, geraria grandes estrelas como John Mayall, The Yardbirds e outros mais. A indústria britânica atenta a isso produzia cópias desses discos de Rock and Roll americano e em 1958 surgiu o primeiro ídolo do Rock and Roll britânico, Cliff Richard e as primeiras bandas começavam a proliferar no final dos anos 50 e início dos anos 60. Formas diferentes de Rock and Roll apareceram como o Doo Wop, que era basicamente grupos vocais cantando Rock and Roll, que influenciaram rapidamente outras formas musicais como a Surf Music ou Surf Rock, a Soul Music e, mais tarde, a Beat Music (similar britânico do Rock and Roll americano, incluindo aí The Beatles).

Em 1959, com a morte de Buddy Holly, Ritchie Valens e The Big Bopper em um acidente de avião, Elvis no exército, os escândalos de Jerry Lee Lewis e Chuck Berry por se envolverem com menores adolescentes e Little Richard tornando-se pastor, o Rock and Roll fechava um ciclo e dava a impressão que iria sucumbir. Mas a Surf Music, nascida na Califórnia e que tinha nos temas vocais ou instrumentais sua grande força, mostrou um novo tipo de guitar hero na figura do lendário Dick Dale e deu uma vida nova ao Rock and Roll já não tão adolescente e artistas importantes e influentes para o Rock and Roll surgiram nesse estilo: Duane Eddy, Bel-Airs, The Chantays, The Trashmen, The Astronauts. Outro grande nome reverenciado até hoje é o do Beach Boys, provavelmente a maior banda de Surf Rock de todos os tempos e que gerou frutos para os anos vindouros.

Pra se ter uma idéia da importância do surgimento do Rock and Roll, anteriormente, a música era categorizada por raça, nacionalidade, localização, estilo, instrumentação, técnicas vocais e religião. A música nunca mais foi definida ou categorizada dessa forma. Com a popularidade e o sucesso comercial o Rock and Roll tornou-se de extrema importância para a indústria musical americana e, logo em seguida, para a indústria musical mundial. As inovações eram muitas na época. Por exemplo, o gravador multi-track (o primeiro se tratava de um gravador de 8 canais) surgiu em 1955, concebido e desenvolvido por Ross Snyder para a Ampex e comprado por um senhor chamado Les Paul (simplesmente o inventor da guitarra elétrica de corpo sólido, antes existiam as semi-acústicas, parecidas com violões) e usado para multiplicar os vocais e instrumentos (antes disso se gravava ao vivo em estéreo, se alguém errasse, tudo tinha que ser feito do princípio novamente). Também se desenvolveram os efeitos e as técnicas de tratamento eletrônico do som por pioneiros como o próprio Les Paul, Joe Meek e Phil Spector. A revolução havia não apenas começado como também se estabelecido.

Próximo capítulo: Rock e Blues Rock: A Invasão britânica.

6 de set. de 2012

A HISTÓRIA DO ROCK capítulo 1: Blues - a origem



O tão famigerado Rock and Roll deu o ar da graça nos Estados Unidos no final dos anos 1940 e início da década de 1950. Era o som dos subúrbios começando a atiçar a juventude americana, negra e branca. E assim, o Rock se espalhou como uma verdadeira praga pelo resto do mundo a uma velocidade assustadora. No início as críticas eram, na maioria, negativas, e existia o estigma de incentivar o satanismo, o sexo e o uso de drogas. Suas origens imediatas remontam ao Blues, na verdade, à mistura do Blues com o Country e Rhythm and Blues (derivado do próprio Blues e do Jazz), além de algumas influências de outros estilos como a Folk Music e o Boogie Woogie (também derivado do Blues e Jazz). Mas, essencialmente, o Blues é a raiz do Rock e podemos citá-lo como o pai do Rock.

O Blues como ele é conhecido hoje, teve sua origem na África e migrou para os Estados Unidos da América através dos escravos. O Blues sempre esteve profundamente ligado à cultura afro-americana, especialmente aquela oriunda do sul dos Estados Unidos (Alabama, Mississipi, Louisiana e Geórgia), dos escravos das plantações de algodão que usavam o canto para embalar suas intermináveis e sofridas jornadas de trabalho. Porém, o conceito de Blues, só se tornou conhecido após o término da Guerra Civil quando sua essência passou a ser como um meio de descrever o estado de espírito da população afro-americana. Era um modo mais pessoal e melancólico de expressar seus sofrimentos, angústias e tristezas. A cena, que acabou por tornar-se típica nas plantações do delta do Mississipi, era a legião de negros, trabalhando de forma desgastante, sobre o embalo das canções, os Blues.

Em 1912, as primeiras músicas surgiram: Dallas Blues de Hart Wand e logo em seguida The Memphis Blues de W.C. Handy. Mas, o primeiro músico popular e específico de blues foi Charley Patton em meados da década de 20. Posteriormente, na mesma época, surgiram nomes como os de Son House, Willie Brown, Leroy Carr, Bo Carter, Blind Willie Johnson, entre outros. No início, a maioria das canções eram temas tradicionais de conhecimento geral como Catfish Blues e John The Revelator. Porém, na década de 30 surgiu o nome mais idolatrado do Blues: Robert Johnson. Ele teve uma vida curta e gravou pouquíssimas músicas entre 1936 e 1937, mesmo assim é considerado o primeiro grande clássico do Blues. O Delta Blues se destacava e o Blues dividia-se entre o Blues Rural e o Blues Urbano. Algumas mulheres também se destacaram como Ma Rainey e Bessie Smith, a grande voz feminina do Blues. A fusão com o Jazz trouxe o Boogie Woogie e rolavam as Big Band Blues.

Com o advento da eletrificação da guitarra e dos outros instrumentos no final dos anos 30, o Blues ganhou uma força tremenda e surgiu o formato tradicional para uma banda de Blues e posteriormente de Rock: o quarteto centrado na guitarra e acompanhado de voz, baixo e bateria. É claro que além desses, outros instrumentos como a gaita e o piano tiveram papéis extremamente importantes. T-Bone Walker foi o primeiro guitar hero por assim dizer e recai sobre ele grande parte da culpa da proliferação do Blues Elétrico no início dos anos 40. Após a segunda guerra o Blues ganhou sub gêneros regionais importantes até hoje como Chicago Blues, Memphis Blues, Detroit Blues, Texas Blues e New Orleans Blues e, dessa época, muitos nomes que influeciaram e influenciam o Rock até hoje são Muddy Waters, Willie Dixon, B.B. King, John Lee Hooker, Howlin’ Wolf, Jimmy Reed, Little Water, Sonny Boy Wiliiamson.

Em paralelo a esse período, o filho pródigo Rock’n’Roll iniciava sua carreira para se tornar o maior e mais influente estilo musical desde então, seguindo em paralelo e desenvolvendo novos estilos e sub gêneros até os dias de hoje, sofrendo constantes influências do Blues com o passar dos anos, mas isso fica pra os próximos capítulos.

Voltando ao Blues, artistas ingleses começaram a reparar e sofrer influências do Blues e os anos 60 trouxe novos artistas, tanto americanos (Taj Mahal, Buddy Guy, Otis Rush, Freedy King, Magic Slim, etc.) quanto ingleses (Alexis Korner, Cyrill Davies, Albert Lee, John Mayal, Yardbirds, etc.). Artistas antigos ganharam notoriedade e foram reverenciados pelos rockeiros de plantão como Jimmy Page, Eric Clapton, Jeff Beck, Ronnie Wood, Jimi Hendrix, The Rolling Stone, The Who, Janis Joplin, os irmãos Edgar Winter e Johnny Winter e muitos mais. Um derivado direto e mais pesado surgiu, o Blues Rock. Algumas banda e artistas tiveram grande destaque como: Canned Heat, Cream, The Allman Brothers, ZZ Top. Todos eles gravando músicas dos heróis do Blues.

Mas do meio dos anos 70 e início dos anos 80 o Blues passou uma fase de ostracismo até surgir o músico que, talvez tenha sido, a última grande estrela do Blues: Stevie Ray Vaughan. Ele gravou os antigos clássicos e compôs algumas obras primas no seu estilo próprio, vigoroso e virtuoso. A partir de então, novos músicos de todas as partes do mundo se identificaram com o Blues, trazendo um fôlego renovado e mostrando grandes trabalhos como Jeff Healey, Gary Moore, John Mayer, Johnny Lang, Derek Trucks, Chris Duarte, Larry McCray, Coco Montoya, Kenny Wayne Shepherd, Robert Cray, Robben Ford, Joe Bonamassa entre outros. Novamente o Blues assume seu lugar de destaque como o pai do Rock.

4 de set. de 2012

A História do Rock narrada em 13 capítulos


Como fãs de Rock’n’Roll, nós da Feedback Musical, sempre tentamos alimentar os fãs da cultura Rock, com eventos, shows e entretenimento relacionados a essa nossa cultura. Uma coisa que percebemos é que a falta de informação e conhecimento sobre o Rock’n’Roll por partes desses fãs é, às vezes, estarrecedora. Ao mesmo tempo, existe uma grande parcela desses mesmos fãs sedenta por esse conhecimento, informação ou o que quer seja. É necessário visualizar o fato que alguns rockeiros das gerações mais novas nunca nem viram um disco de vinil. Com isso em mente, todas as quintas feiras dos meses de setembro a novembro, no Hell’s Pub, vamos mostrar um pouco dessa história, em forma de capítulos, através das décadas e estilos fundamentais dentro desse universo mágico, explorando ao máximo o leque de gêneros e estilos derivados e nascidos do Rock and Roll, que tiveram grande expressividade no cenário musical e cultural, com textos publicados aqui. A banda Clapton Maniacus (formada pelos sócios do Feedback Musical; Eri Soares no baixo, Samir Santos na bateria e Toni Gregório na guitarra mais o vocalista Daniel Trinconi) fará um pocket show no palco do Hell’s com algumas das principais canções que definem o Rock and Roll até hoje, em seus mais variados estilos, culminando numa breve mostra dos mais de 50 anos de Rock no Brasil. Além disso, cada quinta terá uma seleção musical específica por décadas e estilos relevantes e, no cardápio, teremos um prato especial, único daquela noite, celebrando cada tema, elaborado pelo chef João Aguiar (também sócio do Feedback Musical). Abaixo e uma pequena mostra do que está por vir e da programação.

... Do Blues nos anos 20, 30 e 40 foram surgindo os primeiros grandes artistas de Rock, principalmente depois da eletrificação do Blues e, nesse período, o Rockabilly reinava e a guitarra ditava as regras. No fim dos anos 50 o Rock britânico começou a gerar a chamada Invasão Britânica e ganhou força, bem como o Soul e a Surf Music. Ambos tiveram papéis fundamentais no fortalecimento do Rock na indústria. O impacto cultural e os efeitos sociais do Rock assolaram o mundo inteiro, influenciando a moda, a linguagem, a atitude e criando um verdadeiro estilo de vida. A partir dos anos 60, conhecida como a “Golden Age” ou o período “Classic Rock”, consolidada a invasão britânica, gêneros e estilos diversos foram surgindo e desaparecendo com a mesma rapidez. Alguns se transformaram em pilares fundamentais do Rock gerando mais sub-gêneros ainda, uns importantes outros não, musicalmente, filosoficamente ou como movimento cultural. Estilos híbridos apareceram, como: Blues Rock, Garage Rock, Folk Rock, Country Rock, Jazz-Rock Fusion e muitos contribuíram para o desenvolvimento do Rock Psicodélico, um dos tais pilares do Rock, influenciado pela Contra Cultura da cena psicodélica. Dos anos 60 para os 70 surgiram, passaram ou fincaram raízes: Acid Rock, Blues Rock, Rock Progressivo, Hard Rock, Glam Rock, Art Rock, Power Pop, Heavy Metal, Punk Rock e outros. No fim da década de 70, A Disco Music abalou a indústria musical e nos anos 80, conhecida como a década do exagero, a música pop e descartável despontava e alguns achavam que o Rock finalmente estava declinando. Todos estavam enganados porque um dos elos mais fortes da corrente resistia mais que nunca. O Heavy Metal, o Glam Metal e o Hard Rock (ajudados pela MTV e o advento dos vídeo clips) juntos renderam muito dinheiro. Era a vez da guitarra distorcida e do surgimento de inúmeros gêneros culminando, nos anos 90, no Grunge, no Rock Alternativo e no Metal Alternativo. Por outro lado, a vertente mais pop gerou a New Wave, o Pós Punk, o Brit Pop, o Indie Rock e muitos, muitos outros. No novo século, o Rock disponta como o maior, mais rentável e mais forte movimento surgido dentro da música. Com uma influência ímpar na cultura mundial, no cinema, na moda, na forma de ver o mundo, o estilo de vida Rockeiro se estabeleceu e mexeu com o imaginário popular, interferindo no comportamento das pessoas, criando sub-culturas através dos anos. Se mostrando tão abrangente, diversificado e amplo que por muitos e para muitos confunde-se até com uma religião. Mas cá pra nós, ser Rockeiro é apenas uma questão de inteligência.

Programação completa:
Anos 20/30 – Blues: A origem (06/09)
Anos 40/50 – Do Rockabilly a Surf Music: Uma revolução na música (dia 13/09)
Anos 50/60 – Rock and Roll: A invasão britânica (20/09)
Anos 60 – Jams e Psicodelismo: A perda da inocência e o movimento Hippie (27/09)
Anos 60/70 – Rock Progressivo: Descobertas, experimentalismo e excessos (04/10)
Anos 60/70 – Hard’n’Heavy: A nova e definitiva cara do Rock (11/10)
Anos 70 – Art e Glam Rock: Performáticos e andróginos (18/10)
Anos 70 – Punk Rock: Da contestação ao pop (25/10)
Anos 80 – Metal: (re)Nasce uma cultura (01/11)
Anos 80 – Hard Rock: A década do exagero (08/11)
Anos 90 – Rock alternativo: A diversidade ao extremo (15/11)
Século 21 – Rock Revival – A vitalidade do ideal do Rock (22/11)
Rock no Brasil – 50 anos de rock (29/11)